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A Sociologia do Soltar I



Pode parecer que o soltar é um blá-blá-blá sem sentido. No entanto, se o livro “Ética Econômica das religiões mundiais”, volume 1 Confucionismo e Taoismo, de Max Weber for estudado, perceber-se-á a extrema importância econômica que tem o Soltar. Este é um livro extraordinário, bem como toda a obra de Weber. Indispensável para quem quer entender como o mundo funciona.

Weber destaca o fato de que se Lao Tsé tivesse explicado detalhadamente o conceito do Soltar seus ensinamentos não teriam chegado até nós. Esta é uma das razões do porque o Tao Te King é difícil de ser entendido. Ele foi escrito desta forma para salvar a informação que contém. Naquela época da mesma forma que agora foi muito difícil de entenderem o que ele dizia. Graças a isso temos essa preciosidade para ler e meditar.

Vejamos um trecho do livro de Weber sobre o encontro de Confúcio e Lao Tsé: “”Tudo disso não é de nenhum proveito para tua pessoa”, ou seja, para alcançar a “unio mystica” com o princípio divino do “Tao”. A obtenção desta iluminação mística (ming), pela qual todo o resto seria automaticamente concedido ao ser humano, representava para o fundador do confucionismo – se é que se pode concluir alguma coisa de suas declarações transmitidas pela tradição – um objetivo pessoalmente inatingível e além dos limites de seu talento. ”

Confúcio não acreditava que era possível ao ser humano chegar no ponto de Soltar. Porém, ao longo da história temos muitos exemplos de humanos que conseguiram soltar vivendo dentro de qualquer sociedade. A sociedade, sistema econômico, época, lugar, cultura, etc., são indiferentes ao Soltar. O Soltar é uma atitude interna, invisível para os demais, mas perfeitamente quantificável em termos de resultados. Quando a pessoa está dentro do Fluxo Universal o sentimento de realização pessoal é extremo e isso transparece em tudo o que faz.

Evidentemente que isso tem tremendas implicações porque essa forma de ser resolve todos os problemas. É uma visão de mundo transformadora no mais profundo sentido. Nenhum problema pode “pegar” na pessoa que o solta. Basta fazer uma pequena experiência de soltar para que a pessoa sinta algo completamente diferente. Um novo colorido entrou na vida, uma harmonia com tudo o que existe, o sentimento oceânico de fluxo em paz e harmonia, o sentimento de que cada coisa que acontece tem um porquê e um propósito no mais alto nível de compreensão.

Uma coisa é preciso ficar clara. Não pode haver ressentimento quando se solta. O soltar é genuíno. Sem nenhum ressentimento. Somente assim todos os benefícios do soltar serão sentidos.

Hélio Couto www.heliocouto.com

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