Qual a natureza de Deus?
Enquanto escrevia o post anterior, “Do Mestre”, senti a seguinte resposta da humanidade ecoando como um coro de vozes:
" Como pode um Pai ser amoroso se deixou Jesus sofrer tanto? Se Jesus que era Jesus ele deixou passar por tudo isto, imagine só o que está reservado para nós. E como é que Ele não quer sacrifícios? E o calvário redentor? Esse calvário que todo ano fazem questão de passar na tv, detalhando toda dor que o Maior dos homens aqui da terra passou? Calvário redentor. Ele sofreu e sofreu muito para depois ter o alívio e subir aos céus e ficar sentado à direita de Deus Pai. Posso imaginá-los: Deus no seu trono de ouro e rubis e num trono menor, claro e não tão ornamentado e rico quanto o do todo poderoso. Este Deus carrasco quis testar seu filho, ver até onde ele aguentava. Jogou ele na rua e mandou ele sair vitorioso, custe o que custar, mesmo que sejam lágrimas de sangue. E não vou interferir, não me venha pedir para voltar para casa antes da vitória. Deve ter completado os dezoito anos aqui da terra e ter chegado a hora de crescer e se virar sozinho.".
Não conseguem aceitar um Deus amoroso. Não entendem que o sofrimento é criado pelos homens.
Acreditam em tudo que foi escrito. Não questionam.
Para se ter conhecimento sobre a Divindade é preciso ter contato direto com Ela. Isso é o óbvio, mas parece que foi esquecido. Ler sobre Deus não é a mesma coisa que ter contato direto com Ele. Existem várias formas de ter contato direto. A meditação é uma delas. Aquietando a mente podemos entrar em fase com Deus e deixar que Sua mensagem venha à tona na nossa mente. Basta ficar quieto e acessível que a mensagem vem. É preciso sentir o Eu Sou. Sentimento. Deus não será alcançado pela razão. Isso é o que vem sendo feito a milhares de anos. É pelo amor que Ele é sentido. Todas as pessoas podem ter esse contato direto com Ele.
Se fizessem isso entenderiam o que escrevi. Sentiriam o que escrevi.
Essas crenças que ecoaram na minha mente são apenas crenças. Não é a verdade. Só que essas crenças trazem sofrimento para quem as tem. Que visão essas pessoas tem de Deus? Um Deus que tortura? Isso não é Deus. Isso é um deus. Isso não é a Divindade. Será que é difícil entender isso? Que tipo de vida uma pessoa que acredita num deus vingativo e torturador pode ter? Que esperança tem? Sua vida é baseada no medo o tempo todo. Isso cria tremendas somatizações. Tanto no corpo material quanto no corpo espiritual.
Tenho uma amiga que foi queimada na Inquisição. Enquanto a multidão preparava a fogueira, ela já estava sentada no telhado da Igreja observando a multidão enfurecida. Ela já estava fora do corpo. Seu corpo foi queimado e ela morreu. Ela não sofreu nada. Ela é totalmente desapegada da matéria. Isso é só um exemplo para que pensem em como a realidade é muito mais complexa do que se pensa.
Hélio Couto
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